Problemas ambientais no rio Ganges
Para o hinduísmo, as águas do rio Ganges têm origem dos céus, advindas da vontade da deusa Ganga. Por conta disso, faz parte da tradição indiana lançar seus mortos no rio, que são cremados em cima de balsas, encerrando o ciclo de morte e reencarnação. As vacas são animais santos no país e seus corpos também são jogados no rio quando morrem. Entretanto, se olhar mais de perto é possível notar que o rio tão sagrado para o povo indiano está poluído há décadas. A falta de tratamento de esgoto, o despejo sem qualquer cuidado de dejetos industriais, fertilizantes e pesticidas, além dos corpos em decomposição, infectam toda a extensão do Ganges. Assim, toda essa poluição contamina a população e mata cerca de 500 mil pessoas por ano no país. As doenças mais comuns são hepatite, diarreia, febre tifoide, doenças de pele, cólera e até câncer. Segundo especialistas, a poluição do Ganges é a principal causa da alta taxa de mortalidade infantil na região. Para se ter uma ideia, na cidade de Varanasi, a mais sagrada da Índia, o nível de bactérias do rio é 3 mil vezes maior do que o considerado aceitável pela OMS (Organização Mundial da Saúde).
Em 2009, o governo criou a Autoridade para a Bacia do Rio Ganges, em parceria com o Banco Mundial. Em sua fase inicial, o projeto recebeu US$ 1 bilhão para salvar o rio e até 2020 mais US$ 4 bilhões devem ser usados para impedir que o esgoto seja lançado no Ganges. Porém, há quem duvide que o rio será realmente despoluído. Em 10 anos foram gastos US$ 500 milhões na recuperação do Yamuna, um dos principais afluentes (é um curso d´água cuja vazão contribui para o aumento de outro corpo d´água) do Ganges localizado na região de Nova Délhi, mas constatou-se que o rio estava tão ou mais poluído do que em 1989.
Escrito por Gilcimar
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